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Por que 2012 será o ano da web móvel?
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
O surgimento dos celulares no mercado e a internet comercial têm datas de nascimento muito próximas, lá no início dos anos 90 do século passado, mas seguiram caminhos diferentes, pelo menos até agora. Enquanto o celular tornou-se popular mais rápido e alcançou a impressionante marca de 5 bilhões de usuários mundiais, a web só recentemente chegou aos 1,5 bi, ainda que ambos tenham mudado, cada um à sua maneira, a história da humanidade para sempre, transformando a forma como nos comunicamos, compramos e consumimos conteúdo. Com o surgimento dos smartphones esses quase-gêmeos estão se fundindo e vão amplificar o impacto que assistimos com a introdução dos computadores pessoais. Se levarmos em conta ainda os tablets, não resta dúvidas que estamos às portas de uma nova revolução, a da internet móvel.
Somados, Android e iPhone, temos mais de 900 mil aparelhos ativados a cada dia -- apenas no Natal, foram 6,8 milhões. A versão para celular do YouTube é o segundo site de vídeo com maior número de acessos, atrás apenas do próprio YouTube, e somando 400 milhões de vídeos assistidos por dia. E o mais impressionante: 50% de novos acessos à internet já vêm destes aparelhos.
O brasileiro confirmou sua vocação para mobilidade. Enquanto as vendas de smartphones e tablets disparam, a barateamento do acesso à banda larga móvel está impulsionando esta tecnologia a um crescimento vertiginoso, até mais acelerado do que a curva observada nos Estados Unidos. Já são 37,7 milhões de celulares 3G e a previsão é chegar a 92 milhões em 2014 (Huawei/Teleco). A banda larga móvel cresce a um ritmo de 177% ao ano, o que eleva o Brasil ao segundo país mais acelerado, atrás apenas da China. As buscas do Google feitas por meio destes dispositivos aumentaram em cerca de 30 vezes nos últimos dois anos, comprovando que não só temos mais acesso como estamos de fato navegando mais nos celulares. Ao contrário dos desktops e laptops, o celular está sempre à mão e, graças ao 3G, sempre conectado em alta velocidade.
Com isso, a mobilidade também está mudando a experiência de compra. Hoje, 6% de todas as buscas realizadas no Google estão relacionadas ao comércio no Brasil se originam de aparelhos móveis, crescendo oito vezes mais do que em computadores. Nos Estados Unidos, que vive este boom há cerca de dois anos, esta proporção atingiu 44% na temporada de fim de ano, e acreditamos que o Brasil deve chegar lá rapidamente. Isto ocorre porque o celular passa a ser um grande influenciador nas decisões de compra, além de um meio para efetuá-las. Ao escolher um produto no mundo real, seja um carro ou eletrodoméstico, as pessoas acessam seus dispositivos para comparar preços e consultar resenhas. Em outros casos, fazem as compras diretamente de seus celulares. Com sites de e-commerce e companhias aéreas cada vez mais se preparando para atender versões móveis, sobe o número de compras concluídas.
Na medida em que o uso destes dispositivos para navegar na rede torna-se parte de nosso dia a dia, o mercado publicitário precisa adequar suas estratégias para aproveitar a oportunidade aí existente. Algumas características permitem explorar ainda melhor funções específicas deste novo mercado:
1. Imediatismo: quando as pessoas fazem buscas em seus celulares, em geral têm mais urgência. Ou seja, ao fazer uma busca pelo termo hotel ou cinema, não estão interessadas em saber sobre hoteis em geral, ou que filmes estão indicados ao Óscar este ano, mas precisam dessas informações naquele momento, um pernoite para hoje, ou um filme para assistir agora, e de preferência, perto de onde estão e, naturalmente, estão mais dispostas a concluir a compra. Isto é importante para todos os mercados e ainda mais relevante nos setores de Viagem e Varejo. Anunciantes podem utilizar recursos como o click-to-call, que permite ligar para o telefone de contato com um toque, para ajudar o consumidor a encontrar o que procura com agilidade e comodidade - e conseguir a venda.
2. Lugar certo, na hora certa: não é apenas a pesquisa que atrai o usuário. Os aplicativos e sites de notícias, blogs e entretenimento chamam cada vez mais atenção. Todo dia, o tempo gasto por usuários de todo o mundo jogando Angry Birds, um popular jogo que existe em várias sistemas operacionais móveis, equivale a 125 anos. No Brasil, nossa rede de apps, a AdMob, contabiliza 100 mil aplicativos e 1,3 bilhões de page views por mês. Estas altas taxas de uso já estão sendo exploradas por anunciantes para atingir suas audiências com campanhas de alta tecnologia e interatividade, aproveitando-se das ricas capacidades do telefone - áudio, vídeo, geolocalização.
3. Experiência adequada: independente do porte do negócio, todo anunciante precisa ter um site otimizado para mobilidade. Poucas coisas afastam tanto o usuário como um site difícil de navegar, que não é adequado para uma experiência via smartphone. O conteúdo não cabe na tela, muitas áreas ficam inacessíveis e as informações são difíceis de encontrar. Seja um microempresário ou grandes companhias, é importante que a pessoa responsável faça um teste simples: acesse o site corporativo via telefone celular e veja a navegação que está oferecendo a seus clientes.
A mobilidade já deixou de ser uma tendência para virar realidade, mas o mercado brasileiro de mobilidade está caminhando para ser gigantesco. Os celulares deixam de ser apenas mais um aparelho eletrônico para se tornarem uma plataforma de entretenimento, consumo e lazer. Aqueles com mais poder aquisitivo trocam de modelo com frequência para aproveitar cada nova funcionalidade, e há uma percepção de que a nova classe média pode deixar de comprar computadores pessoais e fazer assinaturas de internet banda larga para investir em tablets ou smartphones mais acessíveis. Na medida em que ampliam-se as ofertas de planos de dados pré-pagos, muitas pessoas terão sua primeira exepriência de web em um celular e não em um computador. Assim, 2012 será o ano em que as empresas precisam parar de se perguntarem "Por que eu devo ter um site móvel e anunciar em celulares" para discutir "Por onde eu começo?".
Postado por Fábio Coelho, presidente do Google Brasil
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